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Celso Bessa (sɛwsʊ bɛ:sa)

Prefiro construir pontes a muros

ditadura

A execução de Marielle Franco e a guerra civil Brasileira

15 março, 2018 por Celso Bessa

Tenho a impressão que a execução da vereadora carioca Marielle Franco é nosso Francisco Fernando (Franz Ferdinand) e que historiadores do futuro verão 14/03/2018 como o dia que nossa guerra civil não-declarada deu passos gigantescos para a oficialização.

E não se engane, as reações à morte de Marielle — pacíficas ou não — serão usadas como desculpa para ações cada vez mais drásticas pelos donos do poder, para cada vez mais autoritarismo e excessões. Também será usada por muitos que querem se tornar donos do poder para manobrar e justificar ações cada vez mais radicais, numa espiral onde o único prognóstico seguro é o derramamento cada vez maior de sangue inocente.

Resistir é preciso.

Artigo do Jornal EL País

Arquivado em: sociedade Marcados com as tags: autoritarismo, crime, Direitos Humanos, ditadura, Marielle Franco, política, sociedade

Resista: Maior legado de Temer, certeza da impunidade faz suas vítimas pelo país…

28 outubro, 2017 por Celso Bessa

Como já disse em outras oportunidades, o cancelamento da exposição Queermuseu no Santander Cultural, foi nossa noite Noites dos Cristais. A coisa piorar e é cada vez mais importante resistir.

– Uma professora foi hostilizada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro após uma conferência sobre o centenário da Revolução Russa. Um jovem levantou-se e começou, aos gritos, a ofendê-la, dizendo que nunca houve ditadura no Brasil. Os pedidos dos demais presentes para que ele e seus colegas se acalmassem e dialogassem educadamente não surtiram efeito e a segurança foi chamada. O grupo dizia que estava filmando tudo e enviaria para o Exército.

– Garimpeiros incendiaram os escritórios do Ibama e do ICMBio em Humaitá, no Sul do Amazonas, em retaliação contra uma operação contra a extração ilegal de ouro no rio Madeira. Cerca de 500 pessoas participaram do ataque. Veículos recentemente adquiridos pelas instituições foram destruídos. Processos, arquivos e documentos viraram cinzas e os servidores tiveram que se refugiar em bases do Exército e da Marinha para não morrerem.

– Um terreiro em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, teve que antecipar o horário de parte de suas celebrações, além de proibir frequentadores de usarem roupas típicas fora do local a fim de evitar violência. Religiões de matriz africana têm sido alvo de ataques frequentes por intolerantes religiosos cristãos. Em alguns casos, traficantes de drogas impõem uma espécie de decreto religioso na comunidade, proibindo a umbanda e o candomblé.

– Grupos ultraconservadores estão pressionando o Sesc Pompeia, em São Paulo, a cancelar seminário no qual está prevista a participação da filósofa norte-americana Judith Butler – referência mundial nas discussões sobre identidade e gênero. “Não podemos permitir que a promotora dessa ideologia nefasta promova em nosso país suas ideias absurdas”, diz o texto de uma das petições. Promessas de ataques ao evento circulam livremente na rede.

– A exibição de um documentário sobre o ativista ultraconservador Olavo de Carvalho terminou em pancadaria e estudantes feridos na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife. Grupos de esquerda e de direita acusaram-se mutuamente sobre quem teria começado a troca de insultos e agressões. Entre os contrários a Olavo de Carvalho, havia quem afirmasse que o filme não deveria ser recebido na universidade.

Foi uma semana difícil no Brasil. E não apenas pelo fato da Câmara dos Deputados ter livrado Michel Temer de ser julgado por obstrução de Justiça e organização criminosa após ser bem recompensada por isso.

Que falta faz um espelho em casa. Com ele, seria possível fazer com que os agem no sentido de dobrar os direitos dos outros à sua imagem e semelhança percebessem que os “monstros” que eles procuram são, na verdade, eles mesmos.

(Íntegra do texto está no post do blog.)

Leonardo Sakamoto no Facebook, post em https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2017/10/28/maior-legado-de-temer-certeza-da-impunidade-faz-suas-vitimas-pelo-pais/

Mais sobre a noite dos cristais (Kristallnacht) na Wikipédia e no Museu do Holocausto.

Arquivado em: sociedade Marcados com as tags: autoritarismo, censura, conservadorismo, ditadura, extremismo, intolerância, Leonardo Sakamoto, política, resista, resistência, violência

A ditadura é você. Da censura à Adoniran Barbosa ao elitismo nas redes sociais

6 março, 2013 por Celso Bessa

A ditadura – de esquerda, centro ou direita – produz de mortes e traumas diversos como torturarem crianças a crimes mais prosaicos, e ainda assim perigosos, como a censura à letra de uma música de Adoniran Barbosa. O mais incrível e digno de nota é o fator subjetivo levado em consideração para o veto: falta de gosto.

Letra censurada de música de Adoniran Barbosa na ditadura militar por motivos subjetivos. Com notas do censor.
Letra censurada de música de Adoniran Barbosa na ditadura militar por motivos subjetivos. Com notas do censor.

À parte a óbvia incapacidade do censor em entender a licença poética e irônica da música, ele impõe o seu gosto e visão pessoal do mundo sobre a obra de um artista consagrado, sobre a liberdade de expressão deste artista e, principalmente, sobre uma população.

A imposição de gostos, modos, condutas e pensamento, é tão perigosa quanto armas, especialmente quando baseadas apenas em fatores subjetivos.

Infelizmente, isto não acontece só em ditaduras oficiais ou institucionalizadas. Acontece todo dia e feito por pessoas como eu, você ou nossos vizinhos e colegas de trabalho.

Acontece todos os dias, quando um juiz confunde os limites entre crenças pessoais e leis, quando deputados, senadores, vereadores e outros legisladores fazem leis e políticas que seguem somente sua forma de pensar e atacam minorias.

Acontece nas propagandas, nos programas televisivos e imprensa, quando direta ou indiretamente, explicita ou implicitamente, te dizem o que comprar, o que fazer, o que vestir, o quanto pesar, como e com quem fazer sexo para tenha uma vida plena e feliz.

E, pior, acontece na maior parte das mensagens em redes sociais, sites pessoais, blogs e afins, onde todo mundo quer se mostrar mais entendido, mais sábio, mais bonito e impor seus gostos, conceitos, modos e condutas como o único correto e digno. Mesmo as pessoas que defendem minorias ou grupos prejudicadas, frequentemente tem o mesmo comportamento e esquecem do direito do outro existir, falar, defender uma idéia diferente, ouvir música “ruim” (“isto não é música” é frase corrente por aí), ou mesmo ser idiota.

Não é a toa que ainda se encontra muita gente defendendo a volta de uma ditadura do Brasil. Além de estarem com medo e desamparados em meio à violência, falta de controle e e uma zona de conforto, querem impor seu modo de vida ao resto da nação.

No fundo, parece que todos querem ser vistos como sábios e fazer parte da elite que dirige a vida alheia, pois sabe o que é melhor para o outro.

Então, na próxima vez que for comentar do gosto ou posições políticas e sociais de alguém e reclamar o seu direito de expressão, cuidado para que ditador na história não seja você.

Letras Censuradas na Ditadura – Adoniran Barbosa

Reprodução do texto de Rafael Gota para o Imagens Históricas – Histórias Reveladas, no Facebook

Letra censurada da música “Tiro ao Álvaro”, de Adoniran Barbosa, 1974.

Durante a ditadura, diversos músicos tiveram suas músicas censuradas. Antes mesmo do AI-5, artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Taiguara, Chico Buarque e Geraldo Vandré eram vistos como “perigosos” pelos militares. No entanto, a censura alcançou artistas que não necessariamente estavam envolvidos em movimentos de esquerda, ou com músicas de protesto, como, por ex., Adoniran Barbosa.

Conhecido como o mais paulistano dos compositores, Adoniran Barbosa usava em suas canções o jeito coloquial de falar dos paulistas. Não querendo problemas com a censura, em 1973 o artista decidiu lançar um álbum com várias canções já gravadas na década de cinqüenta. Inesperadamente, 5 delas foram censuradas, entre elas, “Tiro ao Álvaro”.

Na imagem, podemos observar que a funcionária responsável pela análise, escreveu “a falta de gosto impede a liberação da letra”. E ainda frisa as três palavras que, segundo ela, não deveriam estar presentes na música por não respeitar a forma gráfica correta.

Texto: Rafael Gota
Administração Imagens Históricas.

Fonte: Arquivo Nacional, Fundo Divisão de Censura de Diversões Públicas

Este e outros documentos estão em nosso banco de dados:
www.memoriasreveladas.gov.br

Arquivado em: blog, música, sociedade Marcados com as tags: Adoniran Barbosa, censura, comportamento, direitos, direitos civis, ditadura, Golpe Militar, Internet, liberdade, música, política, sociedade

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