• Pular para navegação primária
  • Skip to main content
  • Home
  • Sobre/About
  • Projetos
  • Blog

Celso Bessa (sɛwsʊ bɛ:sa)

Prefiro construir pontes a muros

films

Brasil – Sociedade Tarantinesca

25 outubro, 2016 por Celso Bessa

Cada vez mais tenho pensado o Brasil como um filme de Quentin Tarantino, com nossa sociedade em um eterno “Mexican Standoff“, e este X contra Y, esquerda X direita, ricos contra pobres, Fla X Flu é uma daquelas famosas cenas de duelo, com todos apontando armas para todos.

abaixo de uma mesa, dois homens seguram armas um contra o outro
Nem toda tensão é evidente.

A cena que está sempre na minha cabeça é uma mistura de Bastardos Inglórios com Django Livre e The Hateful Eight , onde depois de um tempo de tensão, todo mundo dispara contra todo mundo: delatores premiados disparam em delatados, corruptores em corrompidos, e estes nos juízes e nos juízes dos juízes, que esfaqueam os legisladores, que esmurram seus eleitores e então um grande incêndio começa, consumindo a quase todos.

E os sobreviventes da briga e do incêndio, sangrando em profusão, encontram forças para enforcarem uns aos outros.

Duelo em Cães de Aluguel (Reservoir Dogs)
Duelo em Cães de Aluguel (Reservoir Dogs)
Duelo do tipo "mexican standoff" em cena do filme Pulp Fiction
Duelo do tipo “mexican standoff” em cena do filme Pulp Fiction

Arquivado em: sociedade Marcados com as tags: arte, Brasil, cinema, filmes, films, kino, movies, política, Quentin Tarantino, sociedade, sociologia

Alien 3 como alegoria para a AIDS

19 fevereiro, 2015 por Celso Bessa

Não é segredo que sou fanático pela série Alien, em especial o primeiro. O terceiro, por muito tempo, foi para mim um filme com potencial desperdiçado e sempre assisti Alien 3 pensando que faltava alguma coisa, alguma cola, para aproveitar as boas idéias que lançava.

David Fincher sofreu para fazer Alien 3
David Fincher sofreu para fazer Alien 3

Apenas anos depois fiquei sabendo de como a produção foi problemática, de quantos roteiros e diretores passaram pelo projeto, e como David Fincher ( Se7en, A Rede Social, House of Cards, etc) penou para conseguir fazer o filme e tentar dar coesão e força artística a um mosaico de idéias reaproveitadas, interferências por parte do estúdio e falhando miseravelmente a ponto de meio que renegar o filme.

Um tempo depois fiquei sabendo de uma versão do filme, Assembly Cut, que utiliza muito mais das idéias e cenas filmadas por Fincher, chegando bem mais próximo da história, tom e visão que o diretor queria.

Não sosseguei enquanto não vi esta versão, que era difícil de achar (1). E se o primeiro filme fica melhor na versão do diretor, e o segundo ainda mais, o terceiro, que conta com cerca de 30 minutos a mais, vira outro filme, mais denso e dramático, com uma pegada meio gótica, tocando em temas morais, políticos e religiosos interessantes.

A versão "Assembly Cut" de Alien 3 tem uma forte pegada gótica
A versão “Assembly Cut” de Alien 3 tem uma forte pegada gótica

Alien 3 se tornou meu segundo preferido na saga. E agora ainda mais, depois de ler este artigo do Bad Ass Digest lidando com a morte de dois personagens na história e tratando o filme como uma alegoria para a AIDS nos Estados Unidos no final da década de 1980 e a corrupção da indústria farmacêutica e tornando o filme ainda mais interessante.

Segue trecho, com link para a versão integral em inglês logo abaixo. Vale a pena ser lido.

That was the birth of ACT UP. The first target of ACT UP? The Food and Drug Administration, which was not doing enough to make medication available to HIV positive people.

This is the exact same battle the prisoners are fighting – the Corporation doesn’t care about them. They’re expendable. There’s money to be made here, and that takes precedence over saving lives. Big Pharma and the FDA are the true villains of Alien 3, not the Xenomorph.

[…]

I understand the people who cringe at the killing of —- and —- [nota do Celso: sem spoiler]. You liked those characters. You wanted them to get sent off in a better way. But if they did you wouldn’t feel the senselessness of the AIDS scourge, the fact that someone who was healthy and vital one day could, in the time before proper treatment and medication were available, be sick and then dead the next. There was a cruel vagary to the virus as it just cut unrelenting and seemingly random swaths through the gay community.

Did the deaths of —- and —- hurt? Good, because the deaths of thousands of AIDS victims, each as pointless and ugly as these fictional deaths, hurt too. And Alien 3 wants you to feel that.

Fonte: http://badassdigest.com/2015/02/19/why-newt-and-hicks-had-to-die-in-alien-3/

Notas:

(1) = Não tenho certeza, mas acho que a quadrilogia que tem na Livraria Cultura (veja aqui) não vem com a versão Assembly Cut de Alien 3.  Já a caixa Alien Anthology, tanto a versão normal como a que vem num “Ovo Alien”, com certeza tem e está disponível com desconto de 37% na Amazon (clique aqui).

 

Temas religiosos (temor X devoção) são presentes em Alien 3 "Assembly Cut"
Temas religiosos (temor X devoção) são presentes em Alien 3 “Assembly Cut”

Arquivado em: filmes e Séries Marcados com as tags: AIDS, Alien, Alien 3, Alien 3 Assembly Cut, cinema, David Fincher, doenças, Ellen Ripley, filmes, films, kino, saúde, sociedade

Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (exceto fotografias com produto de terceiros ou pessoas)
Otimizado pela WoWPerations e hospedado na Digital Ocean
(Assinando Digital Ocean através deste link do programa indicação, você ganha crédito de 100 dólares para serem utilizados em até 60 dias, e eu ganho uma pequena comissão)