Prefiro construir pontes a muros
Aqui no Brasil ainda é 31 de março, mas as tradicionais brincadeiras e pegadinhas de 1.o de Abril do Google começaram. A primeira que encontrei foi o “Mic Drop” no Gmail. E vocês, já encontraram outras?
De um lado, vejo os que defendem que crimes sejam punidos com rigor apoiando que se burle leis para que seja possível punir aqueles crimes. Do outro, vejo aqueles que usavam o argumento de “racismo era legal, bater na mulher era legal, não use a legalidade como medida para algo ser certo ou não” usando o argumento da legalidade.
O desafio a você, meu raro leitor, a descobrir quem é quem, qual lado disse o quê.
Talvez eu volte neste assunto de forma mais profunda, mas só queria deixar registrado que The Hateful Eight (Os Oito Abomináveis)*, de Quentin Tarantino, é uma alegoria muito boa para o Brasil, embora, obviamente, seja uma alegoria para os Estados Unidos da América.
“A parte boa do justiçamento é que sacia a sede.A parte ruim é que pode ser errada tanto quanto pode ser certa […] justiça feita sem objetividade está sempre em risco de não ser justiça. (**)”
“Vendido” como um faroeste, para mim no fundo é um filme de terror, ou horror. E digo isto não só pela referênciase similaridades com clássicos do terror como Enigma de Outro Mundo (The Thing, John Carpenter), de quem empresta muito (música, cenário e até a dobradinha paranóia/ claustrofobia).
É preciso atenção e estômago para assistir pois é um filme violento, bastante violento — como todo filme de Tarantino — , mas incomoda menos pela violência visual explícita e mais por seus significados. Ora me fazia pensar em um Game of Thrones no velho oeste americano, ora trazia Postais Para Charles Lynch, projeto de fotografia do coletivo Garapa que ganhou a bolsa Zum de Fotografia no ano passado às minhas memórias.
Não é a toa que o trailer oficial em inglês termina com “passe o Natal com alguém que você odeia.”
* = Prefiro evitar o usar o título oficial no Brasil, Os Oito Odiados, que subverte a idéia de ódio no título, sem que isto realmente acrescente algo à alegoria.
** = No original: “Now, the good part about frontier justice is it’s very thirst quenching. The bad part is it’s apt to be wrong, as right […] justice delivered without dispassion, is always in danger of not being justice.”
A imagem do dia de hoje é Threesome, do fotógrafo Marcus Laranjeira. Escolhi por acreditar que dialoga bem com a imagem de ontem, do Ricardo Biserra. E ambas dependem bem do clique na hora certa.
http://marcuslaranjeira.superlumina.com.br/obras/threesome/
Marcus é o mesmo autor de Anhagabaú, a imagem linda abaixo
http://marcuslaranjeira.superlumina.com.br/obras/anhangabau/
O fotógrafo não deve só ter um olhar apurado, deve ter um olhar atento e esta foto do Ricardo Biserra demonstra bem isto.
Além da composição bacaníssima cheia de linhas, contou com ele esperar o momento certo em que a pessoa com camisa cheia de linhas passasse bem no meio de sua composição.
Publiquei no Facebook e resolvi registrar aqui também minha saga com o Itaú para receber uma nova senha do cartão de crédito.
Então, sabe aquele banco digItaú? Tive que pedir uma 2.a via do cartão de crédito para receber uma senha em papel, pois tem quase 3 semanas que peço uma nova senha pelo aplicativo e pelo site, que geram uma nova pré-senha e te instruem a ir até um caixa eletrônico para validá-la e ter uma senha definitiva. E ao menos nos dois únicos caixas eletrônicos nesta cidadezinha mineira, ao colocar o cartão, é solicitada uma senha (que se imagina ser a pré-senha) e quando digito a tal senha, dá erro e não deixa prosseguir, não dá outra opção,não avança, nada.
Os funcionários da agência dizem não ter nada o que fazer para resolver e que a instrução é que… peça a pré-senha pelo internet bank. Pelo telefone, quando ligo para pedir ajudar e orientação, o procedimento é o acima… que repeti 3 vezes nas últimas 3 semanas para ter certeza que não fiz cagada.
Aí hoje, depois de mais de 20 minutos no telefone, o 3.o atendente (muito educado aliás) sugeriu eu solicitar a segunda via do cartão para receber a senha num papel.
Nem concordo com esta birrinha do pessoal com a brincadeira na grafia, e desde o começo de 2015 tinha prometido não ficar mais gongando empresas e pessoas em ambiente digital (olha ele aí de novo!). Mas vindo do banco que faz comercial sobre metalinguagem, se diz digital, que as campanham se baseiam no que isso e aquilo mudam o mundo e cujo envelope da fatura do cartão de crédito vem escrito “Um Papel a menos na sua gaveta. Cadastre-se na Fatura Digital…”, não dá para deixar passar.
“Atrás dos White Walkers só vai quem já morreu!” é o nome do samba enredo da Escola de Samba Acadêmicos de Winterfell, que ainda não sabe se ficará desfalcada do seu puxador, João das Neves, que sofreu um grave acidente no ano passado e mas que provavelmente volta este ano.
Será triste se não tivermos um dos mais importantes sambistas do norte de Westeros entre nós, que sempre começava o desfile com sua chamada típica:
“Olha a longa noite chegando aí, gente!
O verão está acabando, o sol perde seu ardor.
Ygritte disse ‘sei de nada’, mas ela mente.
Winter is coming! Winter is coming, meu amor!”
Só para dizer que vou fazer maratona Game of Thrones no Carnaval.
Digam lá se não dá medo de algumas coisas como algoritmos, sincronicidade e outras outras coisas assustadoras.
Estava vendo os fantásticos vídeos para o álbum Further, do Chemical Brothers, no YouTube e o Facebook, na mesma hora, resolve colocar no meu feed um imagem posta por um amigo 14 horas antes que lembra muito o vídeo. Confira abaixo.
https://i.imgsafe.org/6ed24df.gif
O gif com a animação “Gestalt” cheio de pontilhados
O vídeo com todos as animações de Further
