Foto feita no Complexo Penitenciário do Carandiru, em São Paulo, em 2001. Vistos de longe ou através das telas, lentes e opiniões de outros, os presidiários são todos sem nome, inumanos e iguais. Mas quando você visita um presídio como foi o Carandiru e vê como cada porta, cada cela é arranjada, decorada ou trabalhada para tornar aquela vida menos indigna, mais suportável e mais próxima de vida de verdade, você vê que ali existiam/em pessoas de verdade, com histórias, desejos e necessidades iguais às dos que estão do lado de fora.
Existe a idéia de que há muito conforto, do bom e do melhor, nos presídios, mas isto acontece para uma minoria. A real, é que estar num presídio brasileiro não é o tipo de coisa que se deseja a qualquer humano. Só de ver, ouvir e cheirar o ambiente, mesmo depois de desativado, te faz ver as coisas de uma perspectiva muito diferente, o quão indigno aquilo é. E como qualquer cigarro para aliviar a tensão, qualquer gambiarra para ter um pouco mais de conforto ou qualquer página de revista para decorar uma porta pode tornar um pouco mais leve a vida nestas fábricas de ódio. Foto em https://secure.flickr.com/photos/celsobessa/14566973464/in/photostream/