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Rock
Quase 30 (bons) covers de Guns of Brixton, do The Clash
Um usuário do YouTube, Kola Kolianowski, reuniu quase 30 covers de uma das músicas que mais gosto e certamente a que mais gosto do The Clash, Guns of Brixton.
Aparentemente, você pode fazer uma festa inteira só com versões Guns of Brixton. Tem versão hardcore, ska, dub, acústica, chill out, rockabilly, ska (como a já clássica versão suavezinha e docinha do Nouvelle Vague), e mais, feitas por bandas bem conhecidas e outras bem underground cantando em inglês, em português, espanhol e até polonês.
Ouro em forma de ondas sonoras.
Para quem não sabe muito do que trata a música, é meio que uma crônica do clima no bairro londrino de Brixton, onde a relação entre autoridades (em especial a polícia) e a população era bem tensa e culminou com o Tumulto de Brixton, em 1981 (a música original é de 1979). Para ter uma idéia, pense na comparação que Mundo Livre S/A faz em seu cover: “Balas da Rocinha”.
Mas, voltando aos covers, minhas versões preferidas (sem ordem especial):
- Analena
- RTZ Global
- Xalexico
- Arcade Fire
- Nouvelle Vague
- Pre-school
- Santogold – Guns of Brooklyn ;
- Evilsons
- Mundo livre S/A
- Honeydippers
- Los Fabulosos Cadillacs
Bônus: Caixa The Clash na Amazon
Dê uma olhada nesta caixa incrível com 5 álbuns estúdio do The Clash.
Sonho: fotografando o Soundgarden nos telhados de São Paulo
Sonho de hoje: eu estava fotografando o Soundgarden tocando em telhados de São Paulo. Mas a cidade era um pouco menos cinza, os prédios um pouco mais baixos.
Elitismo cultural, recalque, hipocrisia e incoerência. Ou, viva e deixe viver.
Esta tirinha abaixo, que vi no Facebook e foi feita pela Tailor, registra um comportamento muito mais comum do que eu gostaria: o elitismo cultural e a ditadura “bom” gosto, uma das muitas ditaduras cotidianas que vivemos.
Este comportamento é aquele de todo mundo que se acha antenado, moderno, bem informado, culto, dono do melhor gosto entre a humanidade e curador do que é melhor no mundo. Um comportamento espalhado por todas as camadas e redes sociais, o que demonstra nossa incapacidade crônica de aceitar a diversidade e o diverso e prova o quanto de #Recalque #Hipocrisia e #Incoerência permeia nossa vida.
Os primeiros tijolos de meu muro de #Recalque #Hipocrisia e #Incoerência caíram anos atrás, quando, ouvindo Enemy of the Enemy, do Asian Dub Foundation, percebi que era um funk pancadão, embora com letra politizada. “Poxa, é um funk. Eu digo que não gosto de funk e está aí a prova de que posso gostar. Vou separar o que é música do que é letra.”
Vídeo 1 – Enemy of The Enemy, de Asian Dub Foundation
Anos depois, ouvindo Closer, do Nine Inch Nails pela enésima vez, me dei conta do quanto a letra é mais explícita (embora, vá lá, mais elaborada e trabalhada) quanto qualquer funk. Tive que derrubar mais alguns últimos tijolos do muro.
Video 2 – Closer, de Nine Inch Nails
Os últimos tijolos foram derrubados quando ouvi uma versão de Rap das Armas, aquela música do Tropa de Elite, tocada em piano e acordeão emulando uma obra de Mozart, uma música romântica, tango e polka entre outros estilos.
Vídeo 3 – Rap das Armas no Piano e Acordeon
Por favor, né, pessoas? Menos recalque, menos hipocrisia e menos incoerência para derrubar este muro de elitismo.
Ou melhor, por quê ficar policiando tanto a vida alheia?
Viva e deixe viver!
Atualização: como sempre, South Park tem um episódio ótimo sobre este comportamento, Smug Alert. Na íntegra, em inglês, em http://www.southparkstudios.com/full-episodes/s10e02-smug-alert