Nazismo – o que é, por quê e como lutamos contra. Um texto ótimo de Yonatan Zunger em inglês: https://extranewsfeed.com/nazism-what-it-is-why-we-fight-it-and-how-2a4437fc6150
nazismo
Vídeo: Não seja idiota / Don’t be a sucker
70-90 anos e nada foi aprendido. Com o fascismo, racismo, lgbtfobia, xenofobia, a intolerância e o ódio crescendo cada vez mais, ver este vídeo dá um tristeza.
Saiba mais sobre o vídeo em https://www.theatlantic.com/technology/archive/2017/08/an-anti-nazi-film-has-its-viral-moment/536739/
Momento Boça: “Nossa! A exposição tem pedofilia, meu!”
Se você parte do Movimento Boçais Livres e acha que a exposição Queermuseu no Santader Cultural de Porto Alegre instiga pedofilia, o Reinaldo Azevedo tem alguns recados para você:
“Quem confunde uma representação com a coisa, ou é um fundamentalista ou um idiota […] Quer ser de direita, seja de direita mas não seja boçal. Quer ser de esquerda, seja de esquerda mas não seja boçal.“.
https://www.facebook.com/RaizDaQuestao/videos/1658142860926293/
Como disse a @Fernanda Hartmann: “Estou passada. Vivi para concordar com Reinaldo Azevedo.”
Sim, estou passadA.
Falando em arte e Movimento Boçais Livres, vamos a uma fotografia de um integrante do movimento emitindo opinião sobre o assunto.
Sinto-lhes dizer, mas o obscurantismo canalha e burro venceu.
Polícia vê incentivo à pedofilia e apreende quadro exposto no Marco
Obra estava no espaço de arte desde junho deste ano, mas só agora provocou polêmica
O delegado que foi ao local, Fabio Sampaio, acatou o argumento e apreendeu uma das obras, alegando que há incitação ao crime. Antes mesmo da polícia chegar ao local, a direção do museu já havia imposto censura para menores de 18 anos à exposição. Além disso, a sala onde ocorre a mostra recebeu película escura nos vidros das portas.
Coordenadora do Museu, Lucia MontSerrat, afirmou que estava triste com o episódio. Indagada se vê problema no quadro, ela respondeu que vê, na verdade, uma denúncia à sociedade. A imagem reproduz a figura de um homem, com o órgão genital aparente, e uma criança em tamanho menor. A menina tem olhos grandes. Como figura de fundo, está um olho. A pintura também tem escrita a frase: o machismo mata, violenta e humilha.
Artista tentou combater o machismo e a pedofilia, mas foi julgada no Cadafalso
Deputados pegam carona na polêmica de exposição no Santander e acionam polícia contra mostra no Marco
O conjunto de obras da artista não tem estética fácil, dada ao público para ser mastigado, engolido e compreendido de forma imediata. Com uso de cores fortes, imagens de sofrimento e destaque para o corpo masculino, Alessandra Cunha incomodou parte da sociedade sul-mato-grossense. Mas é justamente esse, lembra ela, o papel da arte. A ‘gota d’água’ para os conservadores foi o nome de uma das obras: pedofilia.
O quadro em questão tenta alertar para uma violência que deriva, entre outras questões, do machismo, relata a artista. A discussão trazida por Ropre é, inclusive, corroborada pelos índices de violência contra meninas – crianças e adolescentes -, e que ocorrem, na maioria das vezes, dentro da própria casa.
“Minha produção é sempre pensada em uma crítica social, mas é a primeira exposição focada mesmo em um tema isolado [violência contra a mulher] que é cheio de tabus mesmo, então provoca um incômodo em todo mundo, isso é comum. Eu quis meio que levar isso ao extremo, tanto é que a gente ve sempre usarem o corpo da mulher [na arte], e eu fiz exatamente o contrário, usei o corpo do homem, focando principalmente no falo [pênis] porque a gente vive em uma sociedade falocêntrica, e eles usam isso para estabelecer poder, então eu tinha que tocar na ferida mesmo e é um tema bem difícil”, explica.
Quando chega no ponto que deputados não conseguem (ou não querem) entender o que um quadro como este está dizendo, e a polícia acata o que estes deputados erroneamente imputam à uma obra de arte, logo depois do caso idiota no Santander Cultural, é sinal de que — fortalecido por burrice, analfabetismo funcional e incapacidade cognitiva galopantes — o obscurantismo defendido pelo Movimento Boçais Livres ganhou.
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Links Relacionados
- https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/policia-ve-incentivo-a-pedofilia-e-apreende-quadro-exposto-no-marco
- https://www.campograndenews.com.br/lado-b/artes-23-08-2011-08/artista-tentou-combater-o-machismo-e-a-pedofilia-mas-foi-julgada-no-cadafalso
- https://www.dw.com/pt-br/1938-o-pogrom-da-noite-dos-cristais/a-672173
- https://www.ushmm.org/outreach/ptbr/article.php?ModuleId=10007697
- Queermuseu e o obscurantismo dos cidadãos de bem, Revista CULT
- Exposição Queermuseu/Santander, Liberdade de Expressão e Idiotice Generalizada
Queermuseu e o obscurantismo dos cidadãos de bem, Revista CULT
Artigo obrigatório de Renan Quinalha no site da Revista Cult, sobre a polêmica do cancelamento da exposição Queermuseu no Santander Cultural em RS. Destaco alguns trechos abaixo, mas sugiro ler o artigo na íntegra no site da revista, em https://revistacult.uol.com.br/home/queermuseu-e-o-obscurantismo-dos-cidadaos-de-bem/
Diferença entre representação artística e apologia
Em primeiro lugar, é preciso tomar como ponto de partida a diferença entre a realidade e a representação. Não é preciso evocar teorias para constatar que a arte não é a realidade, mas uma representação desta em diferentes linguagens (como a fotografia, a pintura, a escultura, a performance etc).
Além disso, é preciso frisar que exibir, em linguagem artística, determinada cena erótica, um ato obsceno ou mesmo uma conduta repulsiva não configuram elogios ou apologias. Aliás, é preciso registrar que a mostra Queermuseu não fazia qualquer apologia a crime.
Representar sob a forma da obra de arte pode ser, inclusive, uma forma de denunciar ou criticar aquilo que se retrata. A relação entre a intenção do artista e a recepção do público não é simples e dada de antemão como se quer fazer crer. Há múltiplos conflitos e tensões nesse processo, mas certamente o silenciamento pela censura não é uma alternativa. Afinal, se não se puder falar ou representar algo, como se pode viabilizar a reflexão crítica e o juízo moral sobre esse mesmo algo?
[…]
Do mesmo lado, ainda que tivesse de estar do lado contrário à patrulha moral, o Banco Santander que, antes mesmo de dar oportunidade ao curadores e aos artistas para responder às acusações em um debate público, cedeu à pressão dessa minoria violenta e conservadora. Assim, determinou o encerramento antecipado da exposição, desrespeitando a equipe toda, desperdiçando o dinheiro público ali investido e chancelando, institucionalmente, uma censura moral injustificada.
Este caso consiste em precedente muito perigoso. Os grupos moralmente conservadores estão conseguindo, cada vez mais e ainda mais depois do golpe de 2016, pautar políticas públicas no campo da educação e da cultura.
[…]
Isso é fundamentalismo conjugado com poder político e econômico, que resulta em censura. Não se trata de defender ou de gostar dos trabalhos em si, mas tampouco se trata de esperar que a função da arte seja agradar o senso estético e moral de todos.
Íntegra no site da revista, em https://revistacult.uol.com.br/home/queermuseu-e-o-obscurantismo-dos-cidadaos-de-bem/
Exposição Queermuseu/Santander, Liberdade de Expressão e Idiotice Generalizada
Eu até agora não tinha comentado sobre o cancelamento da exposição Queermuseu no Santander Cultural em Porto Alegre por falta de contexto e informações não-inflamadas e parciais. E também por quê ninguém quer saber minha opinião.
Mas agora, melhor informado, tenho dois centavos e, mesmo ninguém querendo saber minha opinião, acho importante deixá-la registrada. Para variar, é do tipo que vai diminuir ainda mais minha lista de amigos nos dois lados da briga.
[Atualizado em 12/09/2017 13h34 para correções, acréscimo de comentário sobre “Jim CataGuri” e inclusão de links]
[Atualizado em 12/09/2017 16h15 para inclusão de links e mudança do parágrafo relacionado]
[Atualizado em 12/09/2017 20h04 para correções e mudanças para tornar o texto mais claro]
[Atualizado em 12/09/2017 23h04 para inserir dois links]
[Atualizado em 14/09/2017 12h40 para inserir novo link e destaque
[Atualizado em 15/09/2017 16h50 para inserir novo link sobre ataque a terreiros de candomblé e umbanda e links desbancando a mentira sobre o suposto espaço para crianças se tocarem]
Tenha em mente que estas não são opiniões baratas e gratuitas e tenho conhecimento dos dois lados do assunto. Embora sejam crenças, são baseadas em muita estudo, reflexão (e prática) há anos.
De um lado, embora hoje seja ateu agnóstico, fui cristão na infância e adolescência, tanto como protestante em diferentes denominações, como católico da renovação carismática. Li o novo testamento inteiro mais Salmos e Provérbios na segunda série. Li as Bíblias protestante e católica inteiras na adolescência e novamente depois aos 25. E continuo lendo e “estudando” sobre religiões do mundo todo até hoje. Sei do que falo quando falo de religião.
Do outro lado, co-editei um site sobre sexualidade, o A Vida Secreta, por 7 anos. Nossos únicos limites para o que publicávamos eram: nada de pedofilia ou zoofilia, o conteúdo devia bem feito e sempre defender que o sexo seja consensual. Com o AVS aprendi a ouvir, lidar e defender como válido muita coisa que eu mesmo não gostava ou não considerava bom para mim. Foi onde mais aprendi a exercitar tolerância. (Desenhando: “não é por quê não gosto de algo que outros não tem direito a este algo.”)
Apoiamos oficialmente debates ligados à sexualidade e eventos como o PopPorn e toda esta experiência me permitiu ver que há muita sexualidade reprimida — e, muitas vezes, mais devassidão e perversidade — em famílias conservadoras que nas famílias progressistas. O número de mensagens de pessoas em famílias devotas ou restritivas era muito grande, a maioria era “confissões” ou pedidos de ajuda para lidar com a sexualidade num ambiente conservador.
Já sobre a exposição Queermuseu em si, me baseei em diversas notícias e comentários de pessoas que foram à exposição (ofendidas e não-ofendidas) no Facebook e no Twitter.
1 – Da validade das críticas a obras no Queermuseu
As críticas, em geral, demonstram que as pessoas julgaram o assunto sem contexto (ou não viram as imagens sem recorte, ou não viram dentro da montagem ou do contexto da exposição) ou sem capacidade para entender qualquer coisa além do óbvio. Existem casos como não entender o lance das “crianças viadas”, por exemplo, que demonstra que a pessoa provavelmente é burra/o, ou tem capacidade cognitiva limitada, ou é mal intencionada/o mesmo.
Entretanto vejo um mérito relacionado nas críticas à “Cruzando Jesus Cristo com Deusa Schiva“. De fato, dentro da palavra da lei, é crime. Artigo 208 do Código Penal: “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso“.
E, à parte o código penal, se eu condeno o preconceito e o desrespeito à fé de matriz africana, também tenho que fazer em relação à outras fés. Se o artigo 208 e minha ética para a religião vale para um, vale para outros.
Na real, acho que as ações de boa parte dos que se colocam como cristãos agem de forma bem ofensiva ao cristianismo(*). E, para ficar em arte/entretenimento, alguns episódios de South Park e, em especial, a segunda temporada de Preacher, são muito mais blasfemos ao cristianismo. Mas, além de ser ateu e não me ofender com o assunto, não creio que devam ser censurados.
2 – O Exercício da Liberdade de Expressão
O Exercício da Liberdade de Expressão X Artigo 208 do Código Penal
No fundo, acho que o artigo 208 deveria cair, apesar de achar que as pessoas DEVAM respeitar a religião alheia, também que “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” não deve ser crime. Visto que acredito que religião deve ser tratada como algo pessoal, logo a ofensa religiosa deveria ser tratada no âmbito pessoal, mais próxima à injúria/difamação.
O Exercício da Liberdade de Expressão e seus aspectos negativos
Liberdade de expressão, na minha opinião, é um dos direitos máximos e talvez o que mais precise ser defendido. Quando todos os outros direitos faltam, ela nos garante o mínimo para continuarmos lutando.
Mesmo tendo inclinações taoísticas e acreditar que nada é binário, penso não existir meio termo sobre liberdade de expressão e não existe meia liberdade de expressão. Ela deve ser ilimitada, não deve ter lado.
Isto implica que até idiotas e crápulas têm liberdade de expressão. Eu acho idiotice pedirem a proibição de Mein Kampf, de Adolf Hitler (**), eu acho idiotice pedirem a proibição de expressões artísticas potencialmente ofensivas a religiões, como no caso do Queermuseum/Santander Cultural. De fato, coloco no mesmo patamar de estultice quem acha que a leitura de Mein Kampf leva alguém a ser nazista ou só interessa a nazistas, e as pessoas que acham que a(s) obra(s) “crianças viadas” instigam pedofilia. Tem gente que me acha idiota por estas opiniões.
Todos temos direito a expressar opiniões, assim como de nos sentirmos injuriados e buscarmos reparação pelas injúrias, mas nenhum de nós tem o direito de suprimir a liberdade de expressão.
No caso específico, é justo quem se ofendeu com a exposição reclamar e pressionar o Santander, assim como é justo o Santander ceder e quem se ofendeu com a decisão de encerrar a exposição também reclamar. Mas o banco é uma empresa conservadora, por mais que pague de moderninha na propaganda. Mesmo que não fosse uma empresa conservadora, não podemos ser ingênuos: toda empresa cede à pressão dos clientes, se esta pressão for grande o suficiente. E num país de maioria cristã, é ingenuidade pensar que a maioria dos clientes Santander não são cristãos e que boa parte deles não se sentiram ofendidos. E quem você acha que o Santander vai ouvir?
É o caso reverso de quando reclamamos e pressionamos empresas por causa de ações e pessoas machistas ou racistas. Pode-se não gostar, especialmente por ecoar o que o “Jim CataGuri” anda dizendo (***), mas é exatamente isto.
Por enquanto, isto é o melhor que temos
Mesmo com efeitos colaterais, a liberdade de expressão é a última linha de defesa de todas as outras liberdades. Ao limitar a liberdade do outro, você dá a ferramenta para o outro limitar a sua.
Se o diálogo civilizado não é possível, a segunda melhor opção para não acabarmos todos com sangue na mão enquanto acreditamos estar salvando o mundo é exatamente continuar garantindo que todos se expressem, todos se ofendam, possam fazer pressão e buscar reparação.
Do meu lado, vou fechar minha conta do Santander, que já está bem inativa, por terem cancelado a exposição; reclamarei com eles por o terem feito; e vou atualizar e aumentar bastante minha lista de pessoas e empresas que não faço mais negócios ou compro produtos por defenderem posições autoritárias e conservadoras.
Por fim, uma coisa importante: acreditar que a liberdade de expressão é para todos não significa que achar todos os lados estão certos, que as coisas são equilibradas ou que as demandas dos dois lados de qualquer discussão sejam justas. Basta lembrar que no Brasil todo dia se tem notícia de violência gratuita contra gays, lésbicas, travestis, praticantes de umbanda e candomblé, mas raramente alguém é agredido simplesmente por ser cristão. De fato, não lembro de nenhum caso.
Não, não dá para levar a sério as opiniões de um movimento pseudo-apartidário que tem líderes e seguidores com dificuldades cognitivas para entender qualquer coisa fora do padrão e que tem um monte, mas um monte de gente mesmo que aplaude quem acha que a bandeira do Japão no Congresso é uma ação comunista (sério), e outro tanto que diz que o Santander é comunista (sim, você leu direito). Porém, como já foi dito, mesmo os idiotas têm direito à expressarem opiniões.
A saída não é coibir a liberdade de expressão, e sim exigir que o estado cumpra seu papel de resguardar os direitos fundamentais de sua população, quaisquer que sejam suas crenças, gêneros, interesses sexuais, etnias e origens sociais. E, no meio tempo, mostrar o quanto o idiota é idiota.
PS: Se você equipara a exposição com o caso do ejaculador no ônibus, você é burro, além de idiota.
* = Nenhum cristão sério e com discernimento pode ser racista, homofóbico, machista. Usar o velho testamento como argumento não vale, se ler com atenção, vai encontrar a razão nos Evangelhos que, em tese, são as palavras de Jesus Cristo.
** = Sempre fui obcecado por entender o que levou à ascensão do Nazismo e à Segunda Guerra Mundial. Precisamos deste entendimento justamente para não repetirmos o erro, algo que estamos falhando miseravelmente.
*** = me sinto sujo por isto, mas, fazer o quê?
Para fins de referência, sugiro alguns links, dentre os que li sobre o assunto. Considero 3 deles bem neutros: o artigo do Zero Hora, o do Nexo e o do Correio do Povo (que menciona que o promotor da Infância e da Juventude não vê pedofilia na exposição). Os outros são menos neutros, mas tocam em assuntos bem importantes:
- http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/arte/noticia/2017/09/queermuseu-quais-sao-e-o-que-representam-as-obras-que-causaram-o-fechamento-da-exposicao-9894305.html
- https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/09/11/Quando-a-arte-%C3%A9-cancelada-em-Porto-Alegre-e-no-mundo
- http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/Variedades/Arte/2017/09/628348/Nao-ha-referencia-a-pedofilia,-diz-promotor-da-infancia-e-juventude-sobre-Queermuseu
- E outro link que não é referência com um teor neutro, mas me alinho e toca num dos pontos mais importantes: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/artigo-nao-ha-arte-possivel-para-gente-de-bem-21810164
- E o post do Pablo Villaça no Facebook, menos neutro, mas apontando alguns problemas sérios com o MBL e, especialmente, a hipocrisia de um dos seus fundadores: https://www.facebook.com/pablovillaca01/posts/1199619023476655
- Post do Buzzfeed Brasil contextualizando algumas obras, também como referência: Veja 30 obras da exposição censurada no Santander Cultural (dentro do contexto) e tire suas próprias conclusões
- Artigo do Green Grenwald no The Intercept Brasil que, embora não seja sobre a exposição, demonstra bem meu ponto sobre liberdade da expressão como a última barreira de defesa: Leis contra discurso de ódio são usadas para punir opiniões de esquerda na Europa
- Queermuseu e o obscurantismo dos cidadãos de bem, artigo muito bom, na Revista Cult
- E, para ilustrar um dos pontos do texto: Terreiros de Candomblé são atacados por criminosos no RJ na Vice
- Exposição Santander-Queermuseu tinha espaço para crianças se tocarem? E-Farsas desbancando uma das mentiras sobre a exposição
Um conselho para policiais honestos: “Esteja pronto para dizer não”
O livro que estou lendo agora (Black Earth – The Holocaust as History and Warning) e o próximo da lista (Sobre a tirania – Vinte lições do século XX para o presente) são de um historiado, Timothy Snyder, com perspectivas bem argutas sobre a origens da 2.a Guerra Mundial, a ascensão do nazismo e fascismo e como a população civil colaborou para a ocorrência do Holocausto.
Sobre a Tirania foi lançado no Brasil e a jornalista Eliane Brum comenta sobre ele no artigo em https://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/29/opinion/1496068623_644264.html , contextualizado bem o assunto para o momento que vivemos por aqui. E digo, seja qual sua matiz política, que você deveria ler.
Seguem algumas aspas do artigo e do livro:
“Um conselho para policiais honestos: ‘esteja pronto para dizer não'”
“Silenciar é o primeiro ato de desumanização do outro”
“Um país que não para quando a PM usa armamento letal numa manifestação já naturalizou a tirania.”
“Resistir ao autoritarismo é deixar de reagir por reflexo – e passar a reagir por reflexão”
“Chamar manifestante de “vândalo” é estratégia para tirar a legitimidade de manifestações que contrariam os interesses dominantes” […] “vale a pena cada um se perguntar quem vandaliza o quê neste país antes de começar a chamar o outro de “vândalo”. Porque um dia, e ele pode não demorar, o “vândalo” pode ser você.”
“Pense bem antes de sair repetindo o triunvirato autoritário: chamar o outro de “vândalo”, repressão de “confronto” e manifestação de “baderna””
Vídeo: A terceira onda e a invisibilidade do fascismo
“Com a manipulação adequada, qualquer população, não importa o quão educada, inteligente, liberal e que deseje o bem – todos nós desejávamos o bem, nós éramos idealista – pode ser transformada e manipulado em algo que é muito perigoso.”
Acho que este vídeo merece ser assistido mais vezes.