“Uma coisa que sempre me espanta no Brasil é a incapacidade dos agentes públicos — e, suponho, da população que os elege — de levar a sério qualquer possibilidade de desenvolvimento econômico que não seja baseada em algum tipo de (neo)extrativismo. É o pré-sal da esquerda, são o nióbio e o grafite da direita estulta, são a soja e o boi da direita “esperta”, é, agora, o cobre da Amazônia.
Num cenário em que a produção mundial de bens e serviços cada vez mais se estrutura em redes, com centros dispersos de design, montagem, produção de peças e produção de matéria-prima, só o que parece fazer brilhar os olhos dos brasileiros e entrar na visão estratégica dos governantes são exatamente as etapas de menor valor agregado, que mais agridem o meio ambiente e que mais exploram e maltratam a mão-de-obra. Será outro aspecto do tal “complexo de vira-lata”?”