É uma matéria sobre black blocs que elucida um pouco o assunto, mas o artigo Black bloc: a tática fugidia que desnorteia e assusta SP, no El País fala muito também sobre o jornalismo e a sociedade.
Não sou jornalista, então provavelmente minha perspectiva é falha, mas penso que o Jornalismo(*) morreu e o que existem são algumas/uns Jornalistas (*) aqui ou ali, sobreviventes num apocalipse zumbi. E me parece que o El País é um dos bunkers onde eles se escondem e procuram sobreviver e continuar Jornalistas (*).
“Não existe movimento black bloc, tampouco existe uma organização que hierarquize decisões. O que há é a tática, o modo de agir, o modo de vestir. É muito mais uma ideia de ação difusa que parte de pessoas que pertencem a grupos sociais e ideológicos diferentes e, vez ou outra, até mesmo conflitantes. O manifestante identificado como black bloc de hoje é diferente do de amanhã e extremamente diferente do de um, dois anos, atrás.
Tome o Heitor Martins, 19 anos, como exemplo. Ele participa de um grupo antifascista, atua em um movimento social clássico com uma história de mais de 20 anos, é filho de uma família de classe média de periferia que conseguiu certa ascensão social com um negócio próprio nas últimas décadas, fala três línguas fluentemente e está caminhando para a quarta. Quer ser diplomata e estuda em uma das mais conhecidas universidades particulares de elite de São Paulo (onde conta com uma bolsa do Governo). Nas recentes manifestações anti Temer, esteve na linha de frente, vestido de preto, com lenço no rosto e indumentárias próprias da estética deste grupo. Cordial no sentido mais clássico da palavra, questionador das ideias dos outros e de suas próprias, está longe do estereótipo do manifestante mascarado e incendiário que quer quebrar tudo a qualquer custo.”
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/10/politica/1473461724_961425.html
(*) = Antes de chilique, repare na maiúscula e pense um pouco.